Não existe música pré-rotulada, música não foi feita pra ser classificada, foi feita para ser sentida. Talvez isso explique porque tanta gente “da hight society” sobe o morro pra dançar ao som de “música de preto e favelado”, ou porque a “elite”, vai atrás do “forró do escondidinho”, é o ritmo, a batida, a mistura ou chame como quiser chamar.
O fato é que música boa é aquela que nos provoca um balançado, que nos faz cantarolar, bater o pé. Música boa é aquela que nos faz lembrar de algo ou alguém especial, uma frase, um momento, um lugar, uma coisa engraçada ou mesmo a que nos faça sentir uma vontade doida de sair dançando, mesmo que a pista de dança seja o tapete da sala. Música é combustível da vida, e sendo assim, não cabem rótulos nem marcar.
Por esse mesmo motivo, eu me reservo o direito de gostar de MPB e ouvir a Ivete Sangalo sem culpa, quero o direito de cantarolar o mais irreverente funk sem medo de ser zoada. Quero o direito de não saber sambar, mas arriscar uns passos quando me der vontade, sem medo de parecer ridícula, quero o pagode, quero o pé de serra, quero o maracatu do Maranhão, o roque com sotaque paulistano, a rabeca, o violino. Quero cantar fora do tom, a plenos pulmões, pois como diria uma dessas canções pop americanas (que assumo passarem vez ou outra pelo meu mp3): Deus é um Dj, a vida é uma pista de dança…